A Associação Les Petits frères des pauvres publicou, a 28 de setembro de 2017, um estudo inédito, com o título: «Solidão e isolamento quando temos mais de 60 anos, em França, em 2017». Esta investigação foi conduzida, no passado mês de Junho, pelo Instituto CSA: mais de 1800 pessoas foram interrogadas por telefone e, também, pessoalmente: pessoas em lares, doentes hospitalizados e, também, pessoas presas.
Criada em 1946, a Associação Petits frères des pauvres tem como missão lutar contra o isolamento. Os seus 11.500 voluntários acompanham mais de 12.000 idosos em toda a França, numa base de, pelo menos, uma visita semanal. Três conclusões foram retiradas deste estudo :
· 300 000 Franceses com mais de 60 anos estão em situação de «morte social»: estas pessoas não se encontram praticamente nunca ou, muito raramente, com outras – seja em, contexto familiar, social, associativo ou de vizinhança. Além disso, não é pelo facto dos idosos estarem em lares, bem acompanhados por um pessoal cuidador atencioso, que não possam, mesmo assim, sentir solidão. A pobreza reforça o risco de isolamento, assim como, o facto de viver no campo ou, fora de uma grande cidade.
· A exclusão numérica : 31 % das pessoas com mais de 60 anos nunca utilizam a Internet, assim como, 47 % das pessoas com mais de 75 anos e 68 % das pessoas com mais de 85 anos. As razões são diversas: falta de rede, carência de formação mas também inexistência de meios para a respetiva subscrição. Num tempo onde cada vez mais formalidades administrativas e, outras, se resolvem pela Internet, os idosos são fortemente penalizados. No entanto, os dispositivos como os smartphones e os tablets, sendo mais fáceis de usar do que os computadores, permitem que os idosos comuniquem com a família e amigos, com som e imagem, mesmo com pessoas geograficamente afastadas.
· 85 Anos, é a nova idade da mudança para a velhice : é a idade a partir da qual constatamos uma clara diminuição da autonomia. As pessoas com esta idade têm cada vez menos contactos, saindo cada vez menos. Mas, é também neste momento que os filhos veêm mais os seus pais: 62 % das pessoas com 80 anos e mais veêm um dos seus filhos pelo menos uma vez por semana.
Este estudo demonstra também que uma grande maioria das pessoas interrogadas deseja envelhecer na sua casa (apenas 3 % deseja viver num lar com apoio médico). Um facto marcante é que 88 % das pessoas com mais de 60 anos considera-se feliz (contra 82 % apenas das que têm mais de 18 anos). A rede associativa revela-se muito importante na manutenção de contactos com as outras pessoas. Deste modo, mais de uma pessoa em três participa durante a semana em atividades associativas, o que permite a algumas criar verdadeiros laços de amizade.
Pode ler no original aqui.
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