quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Como acompanhar uma pessoa que sabe que vai morrer

Conhecemos uma pessoa que está em fase terminal de uma doença; ela sabe que vai morrer; interrogamo-nos como agir com essa pessoa.
Não é uma situação fácil, e ao mesmo tempo, é uma situação que faz parte da vida. A melhor atitude a adoptar com essa pessoa, é a de nos mantermos naturais. De continuar a estar ao seu lado, tal como estávamos anteriormente.
Claro que o seu estado de saúde e de fragilidade actual, e o facto de a sua vida estar contada devem nos levar a ter uma atenção mais especial e uma presença sem dúvida mais activa do que a que tínhamos quando essa pessoa estava de boa saúde. Este é, efectivamente, o momento de viver momentos preciosos. Sabemos que essa pessoa não se vai curar e que o fim da sua vida está próximo. Isso não vos dá o dia, nem a hora mas é um convite a viver plenamente o tempo que lhe resta. Podem ainda fazer muitas coisas por essa pessoa:
  • Estar presentes ao seu lado para lhe mostrar o vosso carinho, sem estar necessariamente presentes em permanência.
  • Estar vigilantes em relação ao hospital, para que ela possa ser bem
  • cuidada: poderá por exemplo ela beneficiar de cuidados paliativos?
  • Estar disponíveis para lhe prestar pequenos cuidados de conforto
(ajustar uma almofada, dar-lhe um copo de água,…), para partilhar problemas graves (perguntar-lhe se ela quer partilhar as suas ideias connosco e como podemos ajudá-la, propor-lhe tratar de papéis, agradecer-lhe,…), para estar em silêncio, para lhe levar notícias do exterior, até dizer piadas (rir faz bem), para lhe permitir realizar projectos (escrever uma carta, reconectar com alguém, sair do seu quarto se isso for possível, ver um filme,…).
Em resumo, existem coisas que podem viver em conjunto, e também cada um do seu lado. Quando não estiverem à sua cabeceira, assegurem que estão presentes em pensamento, e que estão disponíveis por telefone. Para lhe demonstrarem que não a esquecem quando não estão presentes
ao seu lado. E para lhe deixar também um espaço de liberdade, de intimidade e de repouso.Existe um equilíbrio que tem de ser encontrado na vossa presença no hospital, que ela pode compreender enquanto adulta.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Estados-Unidos: 15 Estados recusaram a legalização do suicídio assistido

Desde Janeiro de 2017, que quinze Estados dos vinte e sete nos Estados Unidos rejeitaram as propostas de lei que autorizariam que um médico assistisse um paciente no seu suicídio. Estes Estados são o Alaska, o Arizona, o Connecticut, oHawai (ver Boletim IEB), o Indiana, o Iowa, o Kansas, o Maine, o Maryland, o Mississippi, o Missouri, o Novo-México, o Tennessee, o Utah e o Wyoming. Nos outros Estados, como o Dakota do Sul, o assunto ainda está a ser amplamente debatido. Se de hoje a Novembro de 2017, a Secretaria de Estado receber 14.000 assinaturas válidas a favor dessa legalização, será realizado um referendo em Novembro de 2018. Por enquanto, o Senado opôs-se firmemente à legalização do suicídio assistido, a 8 de Fevereiro de 2017. A sua decisão foi seguida pela Câmara dos Representantes, a 13 de Fevereiro. O Senado condena, com efeito, esta prática devido à grande importância que atribui à dignidade de qualquer vida humana, e defende, em particular, a dignidade das pessoas portadoras de uma doença em fase terminal, pessoas idosas, depressivas ou com qualquer tipo de problema médico.
O Senado afirma que cada vida tem o mesmo valor e recusa autorizar o suicídio assistido, porta de entrada para muitos abusos e para a eutanásia. Além disso, estes parlamentares denunciam o  carácter subversivo deste ato relativamente ao papel de médico que é antes de tudo de cuidar e acompanhar. Eles receiam também pela qualidade da relação «médico-paciente» e encorajam finalmente a colocar todos os esforços do Estado no desenvolvimento dos diagnósticos, tratamentos e cuidados paliativos oferecidos aos pacientes que sofram de uma doença psiquiátrica. 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Setembro, a aurora de uma vida com sentido, por Sofia Guedes

Setembro, o mês das vindimas, da recolha do fruto que se irá transformar em vinho, um produto que tanto nos tem honrando, que é sinónimo de alegria, e que desde há muitos anos coloca Portugal em evidência no mapa do mundo.
Setembro é também o mês do balanço que permite voltar ao trabalho já com as contas feitas e fazer planos para a vida que irá recomeçar, depois dum descanso merecido. O movimento cívico STOP eutanásia não podia ficar de fora. Depois de um ano de trabalho incansável, de se ter tornado visível na arena política, na sociedade civil e na esfera internacional, muito há a dizer deste movimento que nasceu em Portugal, mas que tem como padrinhos a França e a Bélgica. Recentemente, participámos na Universidade de Verão da Alliance Vita que nos deu uma grande perspectiva de defesa da vida e como vale a pena lutar pela dignidade da vida humana.
Por isso, recomeçamos com muita alegria este trabalho pela defesa dos mais frágeis, dos que não tem voz.
Resumindo a ainda pequena história do STOP eutanásia, podemos dizer que hoje contamos com cerca de 20 especialistas das áreas da saúde, do Direito, da filosofia, da psicologia, de acompanhamento espiritual e de 400 pessoas que tendo assistido as nossas conferências e sessões de esclarecimento estão prontas a ir para o combate pela defesa da dignidade da pessoa humana. Um combate que assenta na Paz e na busca da Verdade.
Um pouco da nossa história que começou em Julho de 2016:
. Convidamos especialistas estrangeiros para nos esclarecerem sobre a realidade da lei da eutanásia na Europa, sobretudo na Bélgica e Holanda e as suas terríveis consequências. Quisemos também saber como se combate com profissionalismo, como é o caso da França.
. Criamos um blog com a intenção de formar e informar, esclarecer e testemunhar tudo o que tem
a ver com o tema da eutanásia .
. Participamos na Université de la Vie, uma iniciativa da Alliance Vita França, na área da
biopolítica e bioética.
. Organizamos sessões de formação em diversas cidades e vilas do país.
. Contactamos e conversamos com jornalistas.
. Participamos em manifestações públicas com apelo aos políticos.
. Entramos em debates. Ouvimos com atenção os que não pensam como nós, sem os considerar
inimigos.
. Fomos porta voz dos juristas que têm no Direito o seu porto seguro na defesa dos mais frágeis,
ao entregar uma carta dirigida a todos os deputados da AR.
. Fomos recebidos por todos os grupos parlamentares.
. Ouvimos médicos que tem como principal e único, o juramento de Hipócrates.
. Aprendemos com filósofos a reflectir o verdadeiro sentido da vida humana.
. Convidamos pessoas doentes para darem o seu testemunho sobre a experiência de estar
hospitalizado, a sua relação com os cuidadores e que conselhos podem dar para ajudar a
humanizar a sociedade.
. Lançamos os folhetos  "10 razões Porque dizer Não a eutanásia" e " 10 Ideias  Solidárias".
. Fomos oradores num grande encontro internacional com o tema: “ A Arma da Paz, para um novo compromisso na defesa da vida humana”.
Tudo isto porquê?
Porque nascemos com uma vocação muito própria e um desejo profundo de procurar caminhos de entendimento, de busca da verdade sobre o homem, de uma nova ecologia humana e de nunca ver no outro um inimigo a abater, mas alguém que por ser ao mesmo tempo grande e frágil procura desesperadamente formas de atenuar o sofrimento.
Nascemos, caímos, levantamo-nos, cansamo-nos, alegramo-nos, e por tudo isso sentimo-nos fortes e capazes de ir em frente. Queremos ir mais longe, formar mais pessoas, alertar e acordar todos para que acreditem que a vida também está nas nossas mãos, não para matar, mas para cuidar e aliviar. Desejamos usar e provocar a nossa inteligência na busca de gestos mais humanos, despertando consciências . Queremos aprender a aproximar e escutar, com Paciência que é afinal a ciência da Paz. E se já podemos contar com amigos de Franca e Bélgica , desejamos muito contar com Portugal, este País que tem na sua génese uma enorme vontade de servir e de ir mais longe. E convidamos a contactarem-nos para juntos formarmos um exército de boa vontade.