Conhecemos uma pessoa que
está em fase terminal de uma doença; ela sabe que vai morrer; interrogamo-nos como agir com essa pessoa.
Não é uma situação
fácil, e ao mesmo tempo, é uma situação que faz parte da vida. A
melhor atitude a adoptar com essa pessoa, é a de nos mantermos
naturais. De continuar a estar ao seu lado, tal como estávamos
anteriormente.
Claro que o seu estado de
saúde e de fragilidade actual, e o facto de a sua vida estar contada
devem nos levar a ter uma atenção mais especial e uma presença sem
dúvida mais activa do que a que tínhamos quando essa pessoa estava
de boa saúde. Este é, efectivamente, o momento de viver momentos
preciosos. Sabemos que essa pessoa não se vai curar e que o fim da
sua vida está próximo. Isso não vos dá o dia, nem a hora mas é
um convite a viver plenamente o tempo que lhe resta. Podem ainda
fazer muitas coisas por essa pessoa:
- Estar presentes ao seu lado para lhe mostrar o vosso carinho, sem estar necessariamente presentes em permanência.
- Estar vigilantes em relação ao hospital, para que ela possa ser bem
- cuidada: poderá por exemplo ela beneficiar de cuidados paliativos?
- Estar disponíveis para lhe prestar pequenos cuidados de conforto
(ajustar uma almofada,
dar-lhe um copo de água,…), para partilhar problemas graves
(perguntar-lhe se ela quer partilhar as suas ideias connosco e como
podemos ajudá-la, propor-lhe tratar de papéis, agradecer-lhe,…),
para estar em silêncio, para lhe levar notícias do exterior, até dizer
piadas (rir faz bem), para lhe permitir realizar projectos (escrever
uma carta, reconectar com alguém, sair do seu quarto se isso for
possível, ver um filme,…).
Em resumo, existem coisas
que podem viver em conjunto, e também cada um do seu lado. Quando
não estiverem à sua cabeceira, assegurem que estão presentes em
pensamento, e que estão disponíveis por telefone. Para lhe
demonstrarem que não a esquecem quando não estão presentes
ao seu lado. E para lhe
deixar também um espaço de liberdade, de intimidade e de repouso.Existe um equilíbrio que
tem de ser encontrado na vossa presença no hospital, que ela pode
compreender enquanto adulta.