segunda-feira, 20 de março de 2017

Opinião: Fátima Vaz Monteiro Esteves*

Retrocessos culturais na sociedade ocidental
O quotidiano da sociedade ocidental é vivido de forma frenética. O tempo de reflexão e informação aprofundada é praticamente inexistente. A consequência desta forma de vida, leva-nos a olhar os acontecimentos nacionais e internacionais de uma forma superficial acompanhada, nalguns casos, com a sensação de nada se poder fazer. Ultimamente, tem-se discutido a possibilidade de legalizar a eutanásia. Dizem os seus defensores que se trata de um ato médico de tirar a vida sem dor, a quem assim o deseje, em virtude de ser portador de uma doença sem cura que cause grave sofrimento e desde que a pessoa esteja na posse de todas as suas faculdades. O sofrimento segundo a praxis experienciada revela mais um carácter moral do que físico, para o qual há sempre solução. Estamos a falar de pessoas fragilizadas pela doença que poderão sentir que são um peso para a sociedade e seus cuidadores. O desgaste de ambas as partes leva a que os técnicos de saúde tenham um papel relevante na diminuição da dor física e moral. Nunca dar a morte! A experiência noutros países onde a eutanásia já há muito é praticada, tem revelado abusos assustadores abrangendo casos de depressão (muitas vezes reativas e com cura), demência o que já levou muitos idosos a fugir da Holanda para Alemanha. A aplicação da lei sabe-se como começa e… como acaba. Para além da própria lei mostrar que a vida não é um bem em si mesmo,só tem este direito aquele que estiver são, fôr útil, eficiente, enfim forte...Afinal à evolução tecnológica contrapõe-se um aumento do pragmatismo ,egoísmo ingratidão indiferença…a eutanásia revela o fracasso do amor, da entrega, do serviço enfim da expressão mais alta da nossa dignidade humana! Proibiu-se, a pedido do PAN, a eutanásia ou o abate, aos animais. O SER HUMANO VALE MENOS???

*Jurista

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