Estado vegetativo persistente? Como é vivido no quotidiano? Que dúvidas assaltam, que interrogações?
Tudo começou com um acidente… Era uma quarta-feira nevoeirenta de Fevereiro de 1987. às 18h50m, Madeleine deixou a sua casa para levar uma amiga ao ténis e ir até Bruxelas. Às 21h30m,
tocou o telefone: a nossa filha estava no hospital. Percebi, imediatamente, pela cara dos médicos, a gravidade da situação. Madeleine, saída da estrada, sofreu um traumatismo craniano. No dia seguinte, os médicos colocaram-lhe um dreno externo para regular a pressão intracraneana.
Cuidados muito intensivos
Durante oito dias, oscilava entre a vida e a morte. A pressão diminuiu, colocaram-lhe um dreno interno. A cirurgia estética “reparou-lhe” a arcada supraciliar. Estes dias foram muito stressantes. Agarrávamos e observávamos a menor das suas reacções.
Por exemplo…
Nas duas semanas seguintes ao acidente, uma enfermeira da noite registou no seu relatório: “piscar de olhos?” Duas noites mais tarde: “ligeiro movimento do cotovelo direito”. Seguidamente, e só aconteceu dezassete meses mais tarde, começou a ter pequenos reflexos. Finalmente, reagia ao frio e ao calor, gritava, tossia, mexia a mão.
E três meses depois?...
Foi uma viragem importante na recuperação. Todos os meus dias os passava no hospital, das 9 horas às 21 horas. A minha filha – foi traqueostomizada na ambulância, vivia graças a um ventilador artificial. Estava lá quando lho desligaram. De facto, não tinha necessidade: começou a respirar por si própria, livre daquele aparelho.
Tradução do site do Instituto Europeu de Bioética
Tradução do site do Instituto Europeu de Bioética
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