A doença muda o olhar. O que temos sobre nós, o que os outros têm sobre quem somos, e, o foco principal enquadra o filme da vida num ecrã maior. Porque a perfeição só é percebida, quando deixa de o ser, e o que se tem só se faz sentir quando já não há nada a perder. Dentro de mim, tenho uns pulmões sem direito ao título, e o garantido de uma inspiração que preenche o peito é um ideal longínquo preso em cordas e amarras que me afogam o ar. Não vou mentir, porque dói. Não vou mentir, porque é um sufoco desesperante suplicar por oxigénio. Não vou mentir, porque quando a realidade se começa a distorcer, é a minha vida que desvanece.
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