Duarte Soares, novo Presidente da APCP |
O
ex-diretor geral de Saúde Francisco George defendeu, no sábado, que a
despenalização da morte assistida tem de ser aprovada em nome do
"interesse público”, alertando para o prolongamento
artificial da vida em hospitais, sobretudo no setor privado. Estas declarações foram proferidas na conferência “Despenalizar a morte assistida: tolerância e livre decisão", organizada pelo BE e na qual o partido apresentou o seu projeto-lei. Sob
o pretexto da “tolerância e livre decisão”, os corpos gerentes
da Associação Portuguesa
de Cuidados Paliativos, consideram que:
1-
Se reconhece a APCP como entidade que, desde o inicio deste debate,
se tem pautado
pela moderação e responsabilidade nas suas intervenções públicas;
2-
A APCP, instituição representante de profissionais em Cuidados
Paliativos e firme
defensora dos Doentes, Famílias e Cuidadores, não pode compactuar com
declarações que, de forma mais ou menos deliberada, promovam equívocos
que enviesem o debate atual;
3-
A argumentação pró legalização da eutanásia / suicídio
assistido, ainda que aceitável
no livre exercício da opinião de cada um não deve nunca ser utilizada
como solução contra as práticas médicas e assistenciais inadequadas,
artificiais e erradas no fim de vida, tal como a distanásia, contrárias
aos princípios da medicina e ao interesse da pessoa assistida;
4-
A confusão entre estes dois procedimentos, por tantas vezes ser
usada, parece
propositada: uma coisa é executar a morte de um doente a pedido (eutanásia),
outra é admitir que a sustentação artificial da vida não se deve prolongar
(ortotanásia), deixando que sobrevenha a morte natural a alguém;
5-
É igualmente grave confundir a morte medicamente assistida e a
verdadeira assistência
médica para atenuar o sofrimento, realizada por profissionais tecnicamente
habilitados. Está a primeira em clara colisão com as leis deontológicas
da medicina em Portugal, assim como do ato médico;
6-
É de todo o interesse público que as suspeitas levantadas pelos intervenientes
- responsáveis por instituições de alta relevância social e administradores
por inerência de unidades hospitalares privadas – sejam investigadas
e corrigidas por quem de direito.
Pode ler o comunicado aqui.
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