segunda-feira, 17 de abril de 2017

Opinião: Uma sociedade que abdica ou uma sociedade que se dedica?, por João Paulo Barbosa de Melo

Temos direito a morrer pacificamente, com o mínimo de dor, e a sociedade deve proporcionar os meios para isso. Mas teremos o direito de pedir (ou de exigir) que acabem ativamente com a nossa vida?
Que caminho coletivo queremos trilhar em Portugal? A resposta a esta questão diz muito sobre a sociedade que queremos ser.
O reflexo humano ancestral perante alguém que se tenta suicidar — normalmente no meio de grande sofrimento emocional, psicológico ou físico — é, e sempre foi, salvar aquela pessoa, fazer o possível por demovê-la, tentar perceber o seu problema e dar a mão. Quantas pessoas conhecemos que quiseram acabar com a vida e que, ajudadas, acabaram por se arrepender e viveram vidas felizes e longas? Se virmos alguém a preparar-se para saltar de uma ponte, se nos cruzarmos com alguém que acabou de ingerir uma dose letal de comprimidos ou que ameaça apontar uma arma à cabeça, o que fazemos? O que achamos que devemos fazer? Deixar andar? Ficarmo-nos por considerar que “se foi isso que esta pessoa decidiu em liberdade, então o problema é dela e não meu”?
Professor da Universidade de Coimbra

                                                                      Leia o artigo na integra aqui.

Sem comentários:

Enviar um comentário