terça-feira, 18 de abril de 2017

Nova petição a favor da eutanásia: médicos e enfermeiros apelam à despenalização da morte assistida



Surgiu uma nova petição pela despenalização da morte assistida. Desta vez, a iniciativa partiu de um conjunto de 26 profissionais de saúde - 18 médicos e oito enfermeiros - que apelam à aprovação de uma lei que permita "a cada um encarar o final da vida de acordo com os seus valores e padrões" e que dê condições aos profissionais de saúde para respeitarem a vontade dos doentes. 
Entre o conjunto de peticionários constam nomes como o de Álvaro Beleza, João Semedo, Francisco George, Jorge Torgal e Sobrinho Simões. 
"Associamo-nos ao movimento em curso na sociedade portuguesa que defende a despenalização da morte assistida e apelamos à aprovação de uma lei que defina com rigor as condições em que ela possa vir a verificar-se sem penalização dos profissionais", lê-se no texto da petição acabada de lançar. Os peticionários pedem "uma lei que não obrigue ninguém, seja doente ou profissional, mas que permita a cada um encarar o final da vida de acordo com os seus valores e padrões e, ao mesmo tempo, atribua aos profissionais de saúde novas condições para melhor respeitarem a vontade dos seus doentes". 
Exprimindo a "frustração" que sentem "pela impossibilidade de aliviar de forma satisfatória a agonia" dos doentes que, "sem qualquer esperança de vida" apenas estão "à espera que a morte ponha termo ao seu martírio", estes profissionais lembram que já se recusam a "manter ou iniciar tratamentos inúteis" e que conhecem "as situações em que a boa prática é deixar morrer". Não esquecem as "vantagens dos cuidados paliativos", mas lembram os "seus limites". E referem-se ainda às "situações em que respeitar a vontade do doente e o seu direito constitucional à autodeterminação significariam aceitar e praticar a antecipação da sua morte, não fosse a lei considerar como crime essa atitude exclusivamente movida pela compaixão humanitária". 
Leia mais sobre este assunto aqui.

1 comentário:

  1. Lamentável.
    Deplorável.
    Também sou médico e profissional de saúde e não me revejo nestas considerações aqui apresentadas nem nos fins que elas tentam justificar.
    Muito menos sinto que com a eutanásia ou o apoio ao suicídio assistido eu estivesse a melhor respeitar a vontade dos meus doentes".
    Sim reconheço que poderia ser "uma frustração" profissional que "pela impossibilidade de aliviar de forma satisfatória a agonia" dos doentes que, "sem qualquer esperança de vida" apenas estão "à espera que a morte ponha termo ao seu martírio".
    Não, como estes profissionais lembro que já não devo praticar a distanásia ao "manter ou iniciar tratamentos inúteis" mas devo apoiar a pessoa humana física e moralmente digna de todos os meus cuidados para não sofrer até que a morte natural ocorra.
    Como médico não posso aceitar que haja "as situações em que a boa prática é deixar morrer". Não não posso nem devo deixar simplesmente morrer nem muito menos provocar a morte recorrendo ao que sei que acaba com a vida se eu administrar seja o que for e em que condições artificiais por mim criadas para que tal ocorra.
    Por isso sou pela vida e tenho orgulho nos meus códigos de ética profissionais.

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