A enfermeira Maria Aparicio, que integrou durante vários anos a equipa de cuidados paliativos do Hospital da Luz, analisou 50 cartas de agradecimento recebidas pela equipa de Cuidados Continuados do Centro de Saúde de Odivelas entre 1997 e 2006, tendo concluído que "de entre vários aspectos focados nas cartas, a contribuição da equipa para a qualidade de vida e a diminuição do sofrimento do doente foi o mais relevante". A investigação incidiu sobre algumas perguntas como "o que dizem as cartas de agradecimento? O que motiva a família a escrever e agradecer os cuidados? O que causou maior impacto às famílias?" Das 50 cartas analisadas, 14 são cartões enviados com flores, sete postais natalícios ou pascais, cinco publicações em jornais públicos, cinco cartas enviadas à direcção do Centro de Saúde de Odivelas ou à Sub-região de Saúde e 19 cartas enviadas directamente à equipa de cuidados paliativos. A principal motivação encontrada para o agradecimento foi "a necessidade de retribuir os cuidados prestados, mas também descrever aspectos do trabalho realizado considerados essenciais, assim como das competências humanas e profissionais da equipa". Outro dado realçado pela investigadora é a espontaneidade do agradecimento, não tendo existido qualquer questionário de satisfação a motivar as cartas. "As cartas exprimem os sentimentos das famílias no tempo em que acompanham os seus doentes, e agora, apesar da dor e da tristeza pela perda, sentem a necessidade de pôr em palavras o seu sentimento de gratidão. Estas famílias mantêm a alegria de retribuir à equipa todo o bem que lhes foi dado", destaca Maria Aparicio. Ler aqui.
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