Carine Brochier, Administradora do Institute European de Bioethique, analisa a sondagem sobre eutanásia e cuidados paliativos, e os seus os resultados. Uma sondagem promovida pela Associação Plataforma Pensar&Debater, tendo sido encomendada ao Instituto de Marketing Research (IMR). Esta sondagem foi realizada por telefone entre 12 e 15 de maio de 2018, junto de 634 pessoas repartidas de acordo com a idade, o sexo e a região.
Daí resulta que apenas 7 % dos portugueses são a favor da prática da eutanásia, enquanto 89 % são favoráveis aos cuidados paliativos e ao acompanhamento em caso de doença grave.
O primeiro receio é sofrer (expressa por 72 % das pessoas). O segundo é ser um peso para a família e amigos (61 %). O terceiro medo é o da solidão (35 %). Esta sondagem mostra que o principal desejo dos portugueses é o de ser acompanhados, o que confirma a vontade de 85 % das pessoas que beneficiam de cuidados paliativos em caso de doença grave. Cerca de três quartos (73 %) sabem que os cuidados paliativos contribuem para minimizar o sofrimento físico e psíquico.
Mas 75 % não sabem que a lei portuguesa proíbe a obstinação terapêutica e que o paciente tem o direito de recusar cuidados de saúde. Isto deixa supor que muitos dos que são a favor da eutanásia temem o sofrimento causado por cuidados que visam prolongar a vida a todo o custo.
Por último, 67 % dos portugueses consideram que a legalização conduziria a riscos de abuso: pressões sobre os doentes idosos ou fragilizados (67 %), eutanásia sem o consentimento do doente (57 %), razões financeiras (53 %).
Vários projectos de lei foram apresentados na Assembleia da República pelos partidos de esquerda para legalizar a eutanásia. Estes projectos foram discutidos, votados e chumbados por maioria dos deputados a 29 de Maio no Parlamento: 115 votos contra, 110 votos a favor e quatro abstenções.
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