O Stop eutanásia participou, ontem, no debate da RTP1 Prós e Contras, com a presença na plateia de Raquel Abreu, uma cuidadora ( patient advocat) com um testemunho de vida forte, pois também convive com a doença e cuida de doentes. Com grande experiência internacional como cuidadora em doentes terminais afirmou mesmo que "nunca nenhum doente pediu para morrer, nem em África".
O debate contou no painel dos defensores da eutanásia com o deputado do bloco de Esquerda José Manuel Pureza, o médico Jorge Espírito Santo e com o constitucionalista Jorge Reis Novais. Pelo não à eutanásia esteve a médica e deputada do CDS Isabel Galriça Neto, o médico internista António Maia Gonçalves, autor do livro “Reanimar? – histórias de bioética e cuidados intensivos” e o jurista Pedro Melo.
O debate foi muito explicito sobre a importância de salvar os doentes em sofrimento, como bem explicou Isabel Galriça Neto: "ninguém deseja ver doentes em sofrimento, mas não é a eutanásia que os salva. Uma sociedade deve respeitar o direito à vida, direito pilar dos direitos humanos. São conhecidos os deslizes nos outros países: existe uma ideia de lei excepcional, mas depois alarga-se a muitas situações".
O médico Jorge Espírito Santo admitiu que a determinado momento falha com os seus doentes nos cuidados em fim de vida, mas obteve uma reposta ilucidativa de António Maia: " eu não uso veneno para aliviar as dores aos meus doentes, uso fármacos".
O médico do Porto adiantou que quando os doentes pedem para morrer considera que estão em depressão e, por isso, é preciso ajudar as pessoas com os devidos cuidados de saúde: cuidados paliativos. Na dúvida reanimar, disse o médico internista António Maia.
José Manuel Pureza quer responder ao código penal que criminaliza o acto médico de quem tira a vida a um doente. Deve continuar a ser crime tirar a vida a quem quer morrer? O deputado considera que não e vai mais longe alegando que a sociedade portuguesa deve estar aberta a mais ideias de autonomia e não deve o Estado intervir na liberdade do doente de querer morrer.
O que coloca questões de inconstitucionalidade segundo o jurista Pedro Melo: " Não vejo que o parlamento possa legislar a missão do médico, o Direito à vida é um direito fundamental, e para além disso há alternativas para salvar doentes em sofrimento".
Ficou bastante clara a posição do médico António Maia sobre a eutanásia e o impacto que poderia ter nas famílias: " Dou o maior apoio possível as famílias, a orfandade existe mesmo na idade adulta. Não consigo pensar em eutanasiar alguém. A relação médico/ doente é sagrada, é preciso obrigar o doente a participar no processo".
Assim que estiver disponível o programa on line postamos aqui no blog.
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