O trabalho em equipa interdisciplinar constitui indiscutivelmente um dos pilares dos Cuidados Paliativos. Neste sentido, a Ordem dos psicólogos decidiu este ano ajudar as equipas de cuidados paliativos com uma plataforma para ir de encontro às necessidades dos doentes e seus cuidadores.
A Plataforma de Psicólogos com intervenção nos cuidados paliativos foi criada no âmbito de uma das propostas vencedoras do Orçamento Participativo 2015, da autoria de Carla Fernandes. De acordo com a proponente, este espaço tem como objectivo a "a criação de redes de trabalho entre os profissionais da psicologia que exercem a sua actividade na mesma área ou em áreas similares, permitindo a partilha e a reflexão".
O movimento moderno dos cuidados paliativos, iniciado em Inglaterra na década de 60, e que posteriormente se foi alargando ao Canadá, Estados Unidos e mais recentemente( no últimos 40 anos do século XX ) à restante Europa, teve o mérito de chamar a atenção para o sofrimento dos doentes incuráveis, para a falta de respostas por parte dos serviços de saúde e para a especificidade dos cuidados que teriam que ser dispensados a esta população.
Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias. São cuidados de saúde activos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo.
No nosso país, mais concretamente, podemos dizer que os serviços qualificados e devidamente organizados são escassos e insuficientes para as necessidades detectadas ? basta lembrar que o cancro é a segunda causa de morte em Portugal, com uma clara tendência a aumentar. Para além disso, importa reforçar que os cuidados paliativos são prestados com base nas necessidades dos doentes e famílias e não com base no seu diagnóstico. Como tal, não são apenas os doentes de cancro avançado que carecem destes cuidados: os doentes de SIDA em estado avançado, os doentes com as chamadas insuficiências de orgão avançadas (cardíaca, respiratória, hepática, respiratória, renal) , os doentes com doenças neurológicas degenerativas e graves, os doentes com demências em estadio muito avançado. E não são apenas os idosos que carecem destes cuidados ? o problema da doença terminal atravessa todas as faixas etárias, incluindo a infância. Estamos , por isso, a falar de um grupo vastíssimo de pessoas, dezenas de milhares, seguramente - , e de um problema que atinge praticamente todas as famílias portuguesas.
Para mais informações sobre esta plataforma de Psicólogos de cuidados paliativos clique aqui.
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