Há
vinte e seis anos que Fátima convive com a sua paralesia de forma natural. Ficou tetraplégica, devido
a um acidente que danificou a coluna cervical. Apesar desta imobilidade
tem uma senhora que diáriamente a ajuda e consegue sentá-la numa
cadeira na sala de estar.” Não mexo as pernas, nem as mãos,
dos ombros para baixo estou imobilizada. Fico bem sentada, só quando a
coluna fica cansada é que tenho de me deitar”, explica-nos a
Fatinha, como é conhecida entre as voluntárias que a visitam todas
as semanas.
Vive no concelho de Óbidos, numa moradia muito cuidada, recebe com regularidade a visita dos dois filhos ( 34 e 32 anos) e dois netos ( 12 e 10 anos) que lhe dão
uma "grande alegria". Tem visitas de várias voluntárias que a animam a
passar melhor os dias. Sempre sorridente, porque descobriu Deus, o
seu conforto vem deste apoio espiritual, “sei que o Senhor pode
curar-me”. Serena acrescenta ainda: “Espero sempre o melhor no
dia de amanhã, espero o milagre e um dia vou começar a andar. Quero
ajudar a quem está a sofrer com esta minha paz, e com a minha
esperança. Gosto que me levem à porta para ver o sol e as nuvens,
os passarinhos, as ovelhas, enfim tudo é lindo. A criação é linda. Até
dou valor a uma folha que cai de uma árvore. A vida é
bela, o ser humano é que estraga tudo. Um
dia que comece a andar vou ser a pessoa mais feliz à face da Terra. O
amor de Deus é o melhor para ajudar os doentes. Foi o encontro com
Ele que me deu ânimo e me da forças para querer viver."
Fátima valoriza a vida mesmo estando tetraplégica, o apoio das voluntárias tem sido determinante para passar o seu tempo com outro estado de ânimo.
Redacção STOP eutanásia
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