Ex-Bastonário da Ordem dos Médicos no seu artigo "A ética médica defende os doentes dos erros dos politicos" responde a ex-coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, que contestou o artigo publicado sob o titulo " Eutanásia e a democracia fugitiva". Germano de Sousa considera erradas as conclusões de João Semedo, eis a sua explicação:
que condiciona a legalização da eutanásia a um referendo, o que não é verdade. "Mesmo que um referendo a legalizasse eu estaria contra". O que Germano de Sousa diz ter realçado foi a imposição de uma legalização que nem sequer consta do programa eleitoral do BE. As questões de vida não são um tema para ser discutido e aprovado de qualquer forma na Assembleia da Republica, sem o devido conhecimento do povo. " Não o exige a lei, mas exige a ética política". Por isso deu o título ao seu artigo de Democracia Fugitiva.
João Semedo partindo da premissa que o ex-Bastonário estaria a defender o referendo considera que os direitos fundamentais não podem ser referendados. Mas na Constituição Portuguesa a eutanásia não é um direito fundamental, existem dois direitos não referendáveis que impedem a eutanásia:" A vida humana é inviolável" ( nº 1 do Art. 24º) e "A integridade moral e física das pessoas é inviolável" ( nº 1 do Artº 25º).
Germano de Sousa explica que é contra eutanásia praticada por médico ou por outrem. " Eliminar a dor física ou moral não pode significar eliminar o portador da dor. Por isso me reafirmo contra a eutanásia."
Defende a ética médica com base no juramento de Hipócrates, de 1771, actualizado em 2006 pela Declaração de Genebra da Associação Médica Mundial. Acrescentado que a ética médica serve também para defender os doentes dos erros políticos.
" É exactamente por acreditar no principio ético, de tudo fazer pelo bem -estar e dignidade do doente que exijo uma rede de cuidados paliativos eficazes e suficientes para as necessidades dos portugueses."
Artigo publicado no Semanário Expresso dia 18/02/017
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