"Quero testemunhar a importância dos cuidados paliativos no fim de vida. A minha mulher faleceu nos cuidados paliativos na Casa de Saúde da Idanha/Belas e vi o quanto ela estava feliz e contente por, finalmente, não estar a sofrer e ser tão bem tratada.
A minha mulher faleceu, com 47 anos de idade, com um gliobastoma, detectado o 1.º sintoma (convulsão) em 11 de Março de 2008, morreu a 19 de Dezembro passado, deixou de andar em Maio e perdeu a fala em Junho. Esteve 2 meses nos Capuchos, 4 meses no IPO, 3 meses na Idanha/Belas.
Posso testemunhar o que são os tratamentos antes de chegar aos paliativos, os escassos que lá chegam, e penso que muita gente prefere a eutanásia por que toma contacto amiúde com esses "tratamentos" a montante dos tratamentos paliativos. Eu se não visse e vivesse o que são cuidados paliativos também queria a eutanásia para mim. Hoje o que me preocupa é se morrerei, salvo acidente ou morte súbita, usufruindo de cuidados paliativos. Não me quero alongar mais, mas saiba que pode contar comigo para defender publicamente os cuidados paliativos e lutar para que a rede se expanda rapidamente, pressionar o Estado a incrementar estes cuidados pelo país todo, que todo o ser humano, antes de discutir a a eutanásia, deverá saber o que são cuidados paliativos, tomar contacto com esses cuidados desde cedo, para saber que a morte pode, e não deve, ser dolorosa.
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