segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Estudo mostra como é importante informar o grande público sobre os cuidados paliativos

O que vem à mente das pessoas quando ouvem falar de cuidados paliativos? O que pensa a sociedade sobre os cuidados em fim de vida ou nas situações irreversíveis? Estas são duas das perguntas colocadas pela equipa do Programa Atlantes: dignidade humana, doença avançada e cuidados paliativos, da Universidade de Navarra (Espanha), no âmbito de um estudo sobre o que os meios de comunicação espanhóis dizem acerca dos cuidados paliativos. A equipa liderada pelo professor Carlos Centeno (médico da Clínica Universidade de Navarra), e que inclui especialistas das ciências sociais, procurou explorar os factores que contribuem para a construção das percepções sociais sobre os cuidados paliativos. Foram explorados oito jornais, cinco revistas, cinco canais de televisão e quatro canais de rádio.
O trabalho mostra como a presença dos cuidados paliativos nos meios de comunicação não garante a percepção clara dos benefícios para os pacientes, para os familiares e para a população em geral. As mensagens com carga ideológica e política podem ofuscar os fins informativos. Isto porque uma proporção significativa de artigos sobre cuidados paliativos surge associada ao debate político e ideológico em torno da morte digna, da eutanásia, do suicídio assistido e das propostas legislativas sobre o fim da vida, e nota-se neles uma importante carga ideológica. No entanto, quando o tema aparece em reportagens específicas sobre cuidados paliativos, especialmente na rádio e na televisão, domina a perspectiva informativa e educativa e são incluídos depoimentos de pacientes, familiares e profissionais de saúde. Nestes casos, sobressai a componente humana, bem como as questões da qualidade de vida, e destaca-se o cuidado holístico da pessoa, devolvendo-se o protagonismo aos pacientes, aos familiares e aos médicos.

Este post resume o artigo Qual a mensagem que os media espanhóis transmitem acerca dos cuidados paliativos?, publicado por José Miguel Carrasco e Carlos Centeno na edição de janeiro/fevereiro 2016 do European Journal of Palliative Care (vol. 23.1). Aceda ao artigo completo aqui (sob subscrição).

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